segunda-feira, 12 de setembro de 2011

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Ao longo do tempo tenho aprendido realmente a interpretar-me. Conheci o meu lado bom e o meu lado mau. Até aos meus 14 anos era extremamente competitiva, tinha de ser a melhor na escola, no basquetebol, na piscina, perder nunca fazia parte do meu vocabulário. Chateava-me ver alguém ganhar o que eu sabia que tinha capacidade para ganhar.
Quando mais velha, comecei a deixar de ser tão obsessiva. Preferia ver as coisas por fora, sentada em algum lado. Analisava cada pormenor que as pessoas normalmente não reparavam e mais tarde usava-o em meu proveito. Mesmo assim, continuava a enervar-me a ideia de alguém me passar a perna.
Hoje, ao pensar em tudo para trás, em todos os aspectos, concluo uma coisa: quero sempre aquilo que não tenho.
Além da escola e do desporto, isto aplicava-se também a rapazes. Achava-lhes imensa piada enquanto eles me faziam andar atrás deles, quando não me entregavam de mão beijada aquilo que eu queria. Quando finalmente se rendiam, simplesmente perdia o interesse; não lhes respondia direito, não estava com eles e não queria ouvir sequer em namorar com eles, inventando sempre alguma desculpa. Mais tarde, quando eles seguiam em frente e se apaixonavam, era quase como um murro no estômago, fazendo com que sentisse ciúmes e novamente vontade de andar atrás deles.
Nunca fui muito boa a mostrar aquilo que sinto, agora ainda menos, um coração de pedra – segundo alguns amigos, mas isto talvez aconteça porque ainda não houve nenhum rapaz que mexesse realmente comigo. Gostei bastante de um, por ele era capaz de mudar... mas não valia a pena, porque podia andar atrás dele a minha vida toda que ele não se deixava levar pelos meus joguinhos.
 Dizem que preciso de um namorado, mas, na verdade, preciso estar sozinha, de crescer e perceber que nem sempre posso ter aquilo que quero. Nem sempre posso me arrepender de não ter insistido com uma pessoa para ela ficar comigo. Nem sempre posso ficar chateada por não ter tido coragem de deixar-me de brincadeiras e de assumir uma posição séria perante algum compromisso. Não posso, nunca, estragar a vida de alguém só porque antes não sabia o que queria.
Dizem que se aprende com os erros e, acreditem, eu aprendi. 
(Eu prometo que vou deixar de por os mesmos textos nos dois blogues.)

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